Quais são os comportamentos dependentes

O que é transtorno de personalidade dependente
O transtorno de personalidade dependente se manifesta por uma necessidade excessiva de apoio e um medo intenso de perdê-lo. Esse comportamento dependente, e até algumas vezes submisso, faz com que a pessoa vivencie um medo irracional de abandono.
Geralmente, são pessoas que pedem, por exemplo, a opinião dos outros para tudo, mesmo em coisas que sozinhas dariam conta.
Sintomas do transtorno de personalidade dependente: Como reconhecer

Critérios diagnósticos do TPD, conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais (DSM-5)
No transtorno de personalidade dependente, há uma forte necessidade de ser cuidado, combinada com submissão e medo de perder o apoio:
Dificuldade em tomar decisões: o sujeito precisa sempre consultar os outros de forma exagerada, solicitando conselhos para ter mais segurança.
Vontade de que os outros sejam responsáveis pelas principais áreas de sua vida.
Procura sempre concordar com tudo, não expõe sua verdadeira opinião por temer perder o apoio do outro.
Evita começar um novo empreendimento ou fazer coisas sozinho, pois não tem autoconfiança.
É capaz de fazer coisas que não lhe agradam para obter o apoio e a consideração dos outros.
Sente-se incapaz de cuidar de si próprio.
Tem dificuldade em ficar sozinho quando um relacionamento é rompido.
Receia ser abandonado e ficar sozinho no mundo.
O diagnóstico é realizado por profissionais de saúde mental, incluindo a avaliação clínica e a diferenciação de outros transtornos. As informações contidas nesse artigo não substitui uma consulta com especialista.
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Fatores de risco do transtorno de personalidade dependente: O que você precisa saber

Embora as causas exatas do transtorno de personalidade dependente ainda não sejam totalmente compreendidas, vários fatores podem contribuir para o seu desenvolvimento:
Fatores genéticos
Estudos sugerem que fatores genéticos podem desempenhar um papel no desenvolvimento de transtornos de personalidade, incluindo o TPD. Existem indícios de que a tendência para padrões de comportamento dependente pode ser herdada, embora o ambiente também tenha grande influência.
Ambiente familiar e criação
Crianças que crescem em ambientes excessivamente controladores ou que não recebem o suporte emocional adequado podem desenvolver padrões de dependência em relação aos outros. Pais excessivamente protetores ou críticos podem criar um ambiente onde a criança sente que não pode tomar decisões de forma independente.
Traumas ou experiências adversas na infância
Experiências de abuso emocional, negligência ou outros tipos de trauma podem contribuir para o desenvolvimento do TPD. A pessoa pode aprender a buscar a validação e apoio excessivo de outros como uma forma de lidar com sentimentos de insegurança.
Fatores psicológicos
Traços de personalidade, como baixa autoestima, insegurança crônica e medo do abandono, podem aumentar o risco de desenvolvimento do transtorno. A necessidade constante de aprovação e apoio de outros pode ser um reflexo de uma falta de confiança em suas próprias habilidades.
Padrões culturais e sociais
Em algumas culturas, a dependência emocional pode ser mais aceitável ou até mesmo incentivada, o que pode influenciar o desenvolvimento de características relacionadas ao TPD. O contexto social e cultural em que uma pessoa cresce pode, portanto, desempenhar um papel importante.
Vivendo com TPD: Como o transtorno afeta o dia a dia

No transtorno de personalidade dependente, há uma sensação de inadequação, podendo ocasionar desconforto e uma timidez marcante na pessoa.
Geralmente, trata-se de um indivíduo sensível à crítica, e isso faz com que os outros fiquem com receio de magoá-lo (por se ferir facilmente).
O indivíduo que vivencia os sintomas de transtorno de personalidade dependente precisa que o outro o confirme e o tranquilize o tempo todo.
Assim, qualquer decisão a ser tomada no cotidiano necessita que haja um excesso de aconselhamento.
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Padrões e estratégias de manipulação por medo do abandono

No transtorno de personalidade dependente, o comportamento do indivíduo é pautado em suprir o desconforto que sente. Dentro disso, ele procura sanar a sensação de vazio, por exemplo, com alguém que lhe proporcione o suporte que julga não ter.
Muito do seu agir, o levará a viver de forma mais dependente. Entretanto, ele muitas vezes não percebe isso, pois o incômodo que sente lhe chama atenção o tempo todo.
No transtorno de personalidade dependente, a pessoa é capaz de se colocar à disposição do parceiro à ponto de prestar-lhe cuidados, contudo de forma repetida, talvez exagerada e desmedida de controle. Aliado a isso, está a necessidade de ser cuidado também, conduzindo a uma atitude de apego e receio de separação.
Essa pessoa é capaz de querer o tempo todo conquistar a confiança do outro, mas para isso, pode desenvolver estratégias sedutoras.
Geralmente, é boazinha demais, muito justa, e se coloca sempre à disposição para ajudar, podendo ser manipuladora. Dentro deste cenário, ela costuma se decepcionar com os outros.
A pessoa que sofre desse quadro tem conhecimento apenas de uma parte dela mesma, principalmente aquilo que envolve os pontos negativos, pois as qualidades já quase nem as vê.
Por mais seguro que possa parecer viver sobre a perspectiva de ter alguém sempre a apoiando, ainda assim, esta pessoa poderia encontrar outras formas de viver melhor. Por esta razão é importante buscar orientação profissional.
Como é a relação amorosa no transtorno de personalidade dependente?

No transtorno de personalidade dependente o indivíduo pode ser dotado de pensamentos negativos, pessimistas, temerosos e inseguros. Pode-se tratar de alguém que tende a passividade e submissão. Contudo, ficando vulnerável ao parceiro afetivo.
Movida pelo medo da solidão, a pessoa pode manter relacionamentos que lhe tragam uma falsa sensação de segurança e apoio, mesmo quando envolvem sofrimento emocional, como acontecem em relações abusivas ou tóxicas.
Um parceiro infiel, abusivo e ciumento pode ser tolerado por vários anos, por exemplo, para que o senso de equilíbrio desta pessoa seja preservado. Porém ocorre o contrário, porque relacionamentos ruins não contribuem para a autoestima, ficando esta pessoa cada vez mais dependente e longe de sua própria essência.
Terminar um relacionamento para o indivíduo que vivencia o quadro de transtorno de personalidade dependente é muito difícil. Porque, geralmente ele é extremamente apegado ao próprio relacionamento, mesmo não sendo tão bom assim.
Quando, por alguma razão, ele perde o parceiro amoroso, pode chegar ao quadro de depressão.
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Quais são as perdas no trabalho e nas relações sociais no transtorno de personalidade dependente

O transtorno de personalidade dependente pode propiciar à pessoa um funcionamento ocupacional prejudicado, mesmo ela sendo muito inteligente e tendo toda a capacidade para executar as tarefas, pois, para ela, agir de forma independente e sem supervisão é muito difícil.
Dessa forma, o profissional tende a evitar cargos de liderança, pois a responsabilidade lhe causa ansiedade. Para ele, ter competência não é suficiente; sente que precisa da validação dos outros e, por isso, prefere ocupar cargos onde seja liderado.
Ele geralmente prefere executar uma tarefa complexa que já conhece do que liderar outros colegas de trabalho.
Essa pessoa com transtorno de personalidade dependente pode passar anos no mesmo lugar, evitando tanto uma promoção quanto uma mudança de emprego.
Para ela é desencorajador não ter alguém ao lado, mesmo que por breves períodos de tempo.
Os relacionamentos sociais são voltados para aquelas pessoas de quem dependem, podendo sofrer abusos físicos ou mentais, inclusive no trabalho.
Os relacionamentos no trabalho também podem ser forçados e distorcidos pela sua necessidade de estar ligada a outra pessoa.
Como familiares e amigos podem ajudar no TPD de forma saudável

Apoio e Autonomia
Pessoas com transtorno de personalidade dependente podem ter dificuldade em tomar decisões, enfrentar desafios sozinhas e expressar suas necessidades de maneira autônoma. A intervenção de familiares e amigos é essencial, mas deve ser feita com sensibilidade e respeito. Aqui estão algumas formas de como familiares e amigos podem ajudar:
Promover a independência gradual
Um dos maiores desafios das pessoas com TPD é a dificuldade em tomar decisões sozinhas. Familiares e amigos podem incentivá-las de forma gradual a tomar pequenas decisões e a lidar com as consequências dessas escolhas, oferecendo apoio sem tomar as rédeas da situação. Isso pode aumentar a confiança da pessoa em suas próprias capacidades.
Evitar o reforço da dependência
É importante que os familiares e amigos não reforcem o comportamento dependente. Isso significa que, embora seja natural oferecer apoio, não se deve fazer tudo pela pessoa com TPD. Evitar resgatar a pessoa constantemente e permitir que ela enfrente suas dificuldades ajudará a fortalecer sua autoestima e a autossuficiência.
Reforçar comportamentos positivos de autonomia
Ao reconhecer e reforçar os comportamentos de autonomia, os familiares e amigos podem incentivar a pessoa com TPD a se sentir mais capaz. Elogios e reconhecimento por conquistas independentes, por menores que sejam, podem aumentar a motivação para tomar decisões próprias e assumir responsabilidades.
Estabelecer limites saudáveis
É essencial que familiares e amigos estabeleçam limites claros. Muitas vezes, as pessoas com TPD podem tentar manipular situações para garantir que outras pessoas tomem decisões por elas. Estabelecer limites ajuda a evitar esse comportamento e proporciona um ambiente onde a pessoa aprende a se responsabilizar por si mesma.
Oferecer apoio emocional sem controle excessivo
Apoiar emocionalmente a pessoa com TPD é importante, mas isso deve ser feito sem controlar todos os aspectos de sua vida. É fundamental que os familiares e amigos forneçam apoio incondicional, mas que permitam à pessoa o espaço necessário para aprender a se resolver sozinha.
Estimular o acesso ao tratamento profissional
O transtorno de personalidade dependente é complexo e muitas vezes necessita de intervenção profissional. Familiares e amigos podem ajudar incentivando a pessoa a procurar ajuda de um psicólogo ou psiquiatra. A terapia pode ser eficaz para ajudar a pessoa a desenvolver a autoconfiança e aprender habilidades para lidar com a dependência emocional.
Ser paciente e compreensivo
Mudanças no comportamento de pessoas com TPD podem ser graduais e difíceis. Os familiares e amigos precisam ser pacientes, compreensivos e estar preparados para ajudar a pessoa a enfrentar os desafios sem pressioná-la para mudanças rápidas.
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Transtorno de personalidade dependente: buscando ajuda

Muitas vezes, as pessoas mais próximas observam a pessoa sofrendo e tentam ajudar dando apoio. Contudo, podem reforçar uma característica já comum ao transtorno de personalidade dependente: a necessidade de suporte o tempo todo.
Há casos em que o médico psiquiatra precisa intervir, isto é, quando é necessário entrar com a terapia farmacêutica. Isso ocorre quando há sofrimento significativo, como sintomas de depressão e ansiedade.
A terapia psicológica, seja individual ou em grupo, é altamente recomendada e faz parte do tratamento.
O prognóstico com o tratamento adequado é otimista, pois o intuito é que a pessoa passe a atuar com mais autonomia, atenuando as queixas do transtorno de personalidade dependente.
Com o passar do tempo, aprendemos muita coisa, inclusive que uma boa relação afetiva é pautada no amor.
A pessoa que sofre de transtorno de personalidade dependente vive como se não tivesse escolha.
Quando há uma situação em que já se tentou de tudo para ficar bem, mas foram frustradas as alternativas, é necessário procurar um auxílio profissional.
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Maria Cristina S. Araujo
Psicóloga em São Paulo - 06/108.975
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